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18 dezembro, 2007

Roteirista de novela fantástica...

Ontem, ao conversar com um amigo pela internet, me dei conta de algo curioso: um bom roteiro é tudo em uma história. Bom, deixa eu explicar melhor: nós temos um grupo de RPG (de jogo, e não de fisioterapia) - somos 8, embora apenas 4 sejam jogadores assíduos - e nos reunimos de dois à três finais de semanas por mês para jogar.

Acontece que nosso grupo possui uma comunidade no orkut. E nesta comunidade sempre que possível eu atualizo as informações sobre os acontecimentos da "campanha" (nome que se dá à sequência de jogo), os eventos do cenário (mundo onde se passa a história), a ambientação (o conteúdo narrativo do mundo) e as regras de jogo. Em geral, cada atualização traz imagens e contos que fazem referência à história recorrente em jogo; tornando-se algo como um site em contínua mutação, que visa enriquecer o jogo e suas histórias.

Em suma, estamos elaborando e detalhando um universo inteiro, já criado anteriormente, acompanhando a jornada dos personagens-jogadores e as tramas que os envolvem. "Está parecendo uma novela!" - disse o Galliano.

Acho que é exatamente isso que se tornou. E eu acho ótimo!

A trama está surpreendentemente intrincada, os personagens estão com personalidades mais humanas e realistas do que jamais esperei que tivessem, e a história está ganhando proporções dignas de uma série em quadrinhos, um romance, ou algo maior. E embora eu seja suspeito pra falar, por ser o mestre de jogo e criador do cenário, sinto que este projeto está tomando os contornos que renderá ótimos frutos.

Conduzir a campanha está me "forçando à escrever" e elaborar as histórias (sem criar um milhão de outras novas, e acabar perdendo o foco). E o melhor: estamos elaborando tudo isso em conjunto; em um grupo de amigos.

Talvez seja mesmo uma novela. Uma novela de fantasia, mistérios e magia, bem fora dos padrões clássicos. Mas até agora está dando certo.

Um bom roteiro é tudo. E bons amigos, dispostos a criar algo em conjunto, também!

Valeu pessoal!

12 dezembro, 2007

"Rosas podres cheiram a merda"

Parece nome de música de protesto, né? E poderia render uma ótima poesia também! Mas a questão é outra: o título é bem literal, pra ser sincero.

Tive uma experiência sensorial intrigante nos últimos 5 dias. Uma experiência olfativa.

A vida, e os genes, me pregaram uma peça nesta encarnação: não enxergo bem. Oras, tudo bem, uma parcela realmente grande da população da terra também não possui olhos de falcão. Mas penso que pra compensar desenvolvi um bom olfato. Minhas "fungadas" vão além do que muitas pessoas percebem respirando. Ou como dizia um antigo amigo meu: "O Matheus sente cheiros que não estão lá!"

Pois bem, vamos à experiência: sexta-feira de noite foi a festa de formatura do meu irmão. Nas mesas haviam rosas amarelas e vermelhas como decoração, e como minha irmã e mãe não podiam deixar de fazer, a mesa de casa ganhou uma decoração floral temporária. Bem temporária.

Nos primeiros dias (leia-se: sábado e domingo), o perfume das flores estava gostoso, aromatizando o ambiente. Lembrava, com muita licença poética - talvez graças ao meu nariz, o cheiro de uma floricultura. Mas com minha família aqui, com o fuzuê que estava em casa, e com o velho costume de só dar valor pras coisas quando elas estragam, fui notar que as rosas estavam mortas apenas na terça-feira.

Nos dias intermediários (leia-se segunda e terça), um leve cheiro de cemitério pairava no ar. Era só fechar as janelas e olhar para a jarra de suco, repleta de água, em cima da mesa, que a visão das flores murchas me fez perceber o quanto o aroma adocicado havia se tornado lúgubre. Cheirava mesmo a cemitério.

No último dia (leia-se hoje, quarta-feira), após chegar do trabalho, senti um cheiro curioso: o inconfundível "aroma" de merda. Olhei na sola do meu tênis, nada; nos lixos da cozinha e do banheiro, nada (bom, no banheiro... ah, vocês entenderam...); no vaso sanitário do banheiro da empregada, nada! Eram as rosas, já podres... em cima da mesa da sala, imersas em uma água verde escura e gosmenta.

Podia mesmo render uma poesia. E o nome também é ótimo para uma música de protesto social. Mas vai ficar registrado, mesmo, como o relato de uma experiência olfativa.

Rosas podres cheiram a merda.
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Obs: Acho que vou voltar a publicar os textos do Astronauta com as imagens das seções. Sinto falta do pequeno moai que acompanhava o "kbça dura".

Vote agora mesmo na Enquete das Marés, e perca segundos preciosos da sua vida!!!

Faz um tempo que não atualizo o Astronauta. Acho que é mais em decorrência da falta de inspiração do que por preguiça. Mas para não deixar o blog deixado às moscas resolvi criar uma enquete. No lado direito do blog, abaixo do meu perfil, há um pequeno espaço que será destinado a uma interação (na medida do possível) dos leitores, comigo.

Claro, seria muito mais fácil se cada um de vocês deixasse um comentário sobre o assunto que gosta de ler, mas acho que por decorrência de uma inaptidão-tecnológica-nata/paralisia-cerebral-irreversível/preguiça-hereditária/desinteresse-absoluto/motivo-alienígena-desconhecido, muitos dos leitores do blog não comentam os post's. Por este motivo simples criei a enquete! E vocês podem - ou não, quem sai perdendo são vocês mesmo - votar até o dia 31 de Janeiro de 2008.

Obs: Não pude resistir, o nome do post ficou ridículo... mas vou manter assim mesmo!

05 dezembro, 2007

Finalmente passei no vestibular!

Sim, isso mesmo que você leu. Passei no vestibular! Finalmente!!!

Bom, antes de maiores confusões deixa eu (...sei q está escrito errado!) explicar melhor o que isso quer dizer: já sou universitário, curso Jornalismo e estou no último ano de faculdade (em 2008 pra ser sincero), passei no vestibular em 27º geral, em Direito, com a concorrência de 11 por vaga, mas transferi para comunicação social (mais informações sobre esta empreitada suicida aqui). E sim, na época eu passei no vestibular sim. Mas desta vez a história é diferente.

Parte 1- Nunca me dediquei à coisa alguma - ei, antes de dizer: "Caramba, que horrível!", deixe eu (de novo errado!) explicar, ok?. Digamos... eu nunca me dediquei a mim mesmo como deveria. Não pratico esportes por preguiça, não estudava para o vestibular como quem "realmente gostaria de passar", me alimento relativamente mal, durmo tarde, vivo com barba de bode e cabelo de urso-metaleiro-assustado, entre outras coisas que minha mãe não se orgulha - e faz questão absoluta de deixar bem claro todos os dias. Mas o fato é que desta lista desagradável eu quero destacar um ponto: o não estudar.

Jogando a modéstia no moedor de carne: sempre fui muito inteligente. Aprendi a ler e escrever muito cedo, devorava livros de ciência e estórias desde fedelho, e pulei uma série porque "a turma não me acompanhava". Notas altas não eram problema: apesar de ser pouco disciplinado, sempre me apeguei ao uso da lógica e sempre prestei muita atenção nas aulas. Nunca decorava, eu aprendia. Mas não me esforçar e conseguir as coisas por “sorte” fez com que eu não me apegasse muito as minhas conquistas como estudante. Não comemorei meu vestibular... era como se aquilo fosse fácil demais, ou mesmo por sorte, e não por mérito.

Mas as coisas mudaram, muita coisa por sinal. Meu amor próprio mudou (e que minha mãe venha a ler isso!). E o principal: o meu irmão me mudou. Meu irmão Thiago é mesmo uma pessoa incrível; o pouco tempo em que estou morando com ele me ensinou o mérito de se dedicar a algo, mesmo sem ter certeza se este é o melhor caminho. Ele já passou em três vestibulares com folga, e creio, irá passar em mais dois ou três. Algo que nunca fiz.

Tenho orgulho de meu irmão. E ele conquistou esse orgulho por mérito de seu próprio esforço; e não apenas por ser meu irmão.

Parte 2- Bom, mas como eu mesmo disse, as coisas estão mudando... e eu passei no vestibular. E o mais incrível: sem nem fazer prova!!!

Uma certa faculdade genérica daqui de Belém está realizando uma prova interessante: inscrição pela internet, custando apenas 1kg de alimento não perecível, e que usa a nota do ENEM (de qualquer ano) para substituir a prova E a redação. Resultado: me inscrevi! Dia 15, meu nome sai no rádio – sintonizem para rir um pouco!

Parte 3- Passei no vestibular! Acho que agora faz sentido para vocês leitores, não é?

Meu irmão me ensinou o valor de uma conquista com o próprio esforço. Mesmo quando todo o horizonte ainda está escuro e repleto de indecisões. Aprendi a alegria que é comemorar uma vitória merecida, e o esforço de cada passo na dedicação intensa que ela requere. Vi meu irmão estudar durante um ano de manhã, tarde e noite, e querer ainda mais tempo para poder correr atrás de seu futuro.

Quando ele passou no vestibular, eu passei também. Passei de consciência, de alma.

E também passarei mais uma vez. Talvez, não com o mérito de uma dedicação intensa, mas sim com a minha inteligência nata, e com a “sorte” com que fui agraciado. Usarei a minha nota do ENEM, os 92,6 pontos que conquistei com minha capacidade. Escolhi Direito, mas não vou cursar – por ser faculdade particular, e por não ser o momento certo.

Meu irmão está de cabeça raspada. Um verdadeiro calouro. E em breve eu estarei. Não por deboche, e nem tanto pela glória patética que é entrar numa faculdade sem fazer prova; mas sim pelo que aprendi. Pela “prova” que finalmente consegui passar, com a ajuda de meu irmão. Sou um calouro também. E a vida, por mais clichê que seja dizer isso, é um belo de um vestibular.

Aprendi muito neste último ano. E espero ter conseguido ensinar algo de bom para alguém também...

27 novembro, 2007

A vez da baixa renda

O ano de 2008 prometerá alguns rebuliços no mercado de produtos duráveis. Pelo menos no que diz respeito ao mercado imobiliário, à inclusão digital e ao planejamento infraestrutural urbano. O motivo? Carros, computadores e casas à preços populares.

Sim populares, mas populares MESMO! A questão é que diversas empresas estrangeiras estão com planos para entrarem no país a partir do ano que vem, com produtos com preços "abaixo da linha imaginável" para a atual conjuntura financeira. E isso é uma benção às classes menos favorecidas. E talvez um problema para as empresas nacionais.

A empresa Sueca Medison tem o Celebrity, considerado o notebook mais barato do mundo, com preço (de "capa") de apenas US$ 150. A configuração não é das mais incríveis, mas seu potencial o é: utiliza o sistema operacional Linux (que é gratuito), tem um processador Intel Celeron de 1.5 GHz, tela Widescreen x-Bright LCD de 14” com resolução de 1280 x 768 pixels, 256 MB de RAM, HD de 40 GB e, pasmem, conectividade Wi-Fi. Com o Celebrity, a Medison bate o preço do ex-promissor OLPC, que custaria apenas U$ 100, mas teve seu preço ajustado para U$ 175. Mas ainda resta saber se o valor se manterá para entrar no Brasil - lembrando que ainda existem as taxas e impostos.

Ainda mais surpreendente é o caso do sucessor do Tata Indica V2, fabricado pela empresa indiana Tata Motors, que terá seu preço médio estimado em U$ 2.500 - isso mesmo! cerca de R$ 4.500 - e será lançado no começo do ano que vem. O carro, segundo o presidente da divisão de veículos comerciais da Tata Motors, PM Telang, "será um carro robusto, seguro, sem sofisticação. Um carro que as famílias pobres possam comprar". As especificações do novo Tata ainda não foram especificadas, mas a imprensa indiana especula que o carro venha equipado com quatro portas e um motor de 800 cilindradas.

Por fim, e não menos importante, a construtora mexicana Homex, entrará no mercado imobiliário brasileiro em breve (começo de 2008), com uma carta na manga: casas populares com preços entre U$ 13.00 e U$ 36.000. Segundo a revista EXAME, os mexicanos devem fazer acordo com uma empresa dentre uma lista de sete construtoras brasileiras selecionadas, a maior parte delas de pequeno porte e de capital fechado. Isto facilitaria ainda mais sua aceitação no mercado nacional.

Estas três promissoras empresas, claro, não possuam a consciência social como linha de condução de seus negócios, mas sabem que investir em produtos de baixo custo para os consumidores massivos é um ótimo investimento. As pessoas precisam de bens de consumo, e os primeiros à explorarem inteligentemente este nicho terão seu público fiel - embora seja composto de necessitados. O laptop não tem configuração impressionante, mas apresenta a disponibilidade de facilitar a inclusão digital; o carro não possui luxo e nem acessórios, mas é o sonho de consumo de muitos brasileiros; e a casa representa a necessidade mais básica do ser humano: seu lar.

Resta esperar que o bom-senso impere, e que os grandes grupos empresariais não embarguem estas investidas.

Embora, na melhor das hipóteses, caso estas empreitadas sejam bem-sucedidas, eu não gostaria de encarar o trânsito de São Paulo depois disso tudo...

19 novembro, 2007

Aí então...

...as pessoas caem da cama e acordam. Depois de uma década em sono profundo. Depois de sonharem durante uma noite conturbada, repleta de pesadelos esverdeados e vermelhos-ferrugem. Uma névoa mental com cheiro de fuligem paira sobre seus pensamentos. A noite pareceu ter durado 6.000 anos, mas finalmente acabou.

Aí então, todos os homens, mulheres e crianças do mundo - alguns nem tão homens, nem tão mulheres e, surpreendentemente, nem tão crianças - arregalam os olhos enlameados pela goma onírica, e bocejam em silêncio perplexo. Morreram centenas de vezes em suas vidas ilusórias. Vidas curtas demais, que perdiam o sentido a cada tentativa. Muitas vezes tentaram gritar para acordar a si mesmos, mas o máximo que conseguiam era um curto período de real consciência. Curiosamente desencadeado pela morte de suas projeções oníricas.

Aí então, vislumbraram o quão distante de sua real essência foram seus atos naquele mundo de pesadelos. Haviam tornado-se monstros. Crias de carne, suicidas, que se intoxicavam por prazer, e depredavam o mundo virgem. Moldaram os sonhos em horrores, para depois fugirem para lugar nenhum.

Aí então, levantaram. Lívidos. Completos. Mortos antes de viverem; vivos sem temer a morte. Talvez nem todos tenham aprendido as lições que o mundo duro de seus sonhos tinha para ensinar. Mas desta vez não errariam novamente.

Aí então, mais perto de seu criador, humildes e sábios, olharam para os céus e para os semblantes de seus iguais. Todos tão idênticos, e tão diferentes. Perfeitos onde o limite de suas perfeições os limitava. Redundantes. Mas não se deram conta de que haveriam outros passos em seus caminhos. Outros sonhos. Não se deram conta de que ainda estavam dormindo. Não eram, de fato, perfeitos. Jamais seriam.

Aí então, seu criador - juntamente com toda a criação - sorriu orgulhoso. Como um pai que admira o mais largo passo das encurtadas pernas de seus filhos. Uma medíocre e ínfima evolução no caminho sem fim. Ainda assim digna de um sorriso.

Aí então... continuaram seu sono. Ainda acreditando estarem acordados.

Dia escuro...

"Se o sol um dia deixar de nascer, espero não estar mais lá pra enxergar...
Imagino que o escuro vai ser tão profundo...
Que só de imaginar que não enxergo o mundo,
Mas ainda há o que há de haver,
Me perderia na catatonia,
De saber que em um belo dia,
Havia todo um mundo pra vislumbrar..." - O Réquiem do Abismo, Capítulo III: O Tomo do Futuro Inalcançável.

06 novembro, 2007

Nem com serra-elétrica

Cheguei em Belém hoje, depois do fim de semana e feriado em Macapá - em casa. Fiz algumas coisas essenciais pendentes: pagar contas, comprar algo pra comer, etc... e depois rumei para um dos lugares mais tediosos da existência, e que é terror para muitos homens: o cabeleireiro/leiro/reiro - sei lá como se escreve essa porcaria.

Estava fechado. E bom, não quero aparecer amanhã no trabalho com cara de ermitão não é mesmo... fui em outros dois, ambos fechados! Talvez porque já eram oito e meia da noite - bem, olhando desta forma faz até sentido.

Resultado: Continuo com cara de urso-metaleiro-assustado. Minha "juba peleguenta" quase lembra corda de cânhamo e aposto que daria trabalho até pra serra de marceneiro.

Texto meio nada a ver... Acho que é só desabafo mesmo.

31 outubro, 2007

Saudade

Em março do ano que vem farei 4 anos morando fora da casa dos meus pais. Parece pouco tempo, mas pra mim é uma eternidade. Estou morrendo de saudades de casa.

Antes eu era uma criança, criança mesmo. Com 17 anos, sem nenhuma referência familiar nesta cidade de gente maluca que é Belém. Morar acompanhado também não deu muito certo: me deparei com pessoas criadas em (des)estruturas familiares completamente alienígenas à minha. Não que tenha sido ruim conviver e aprender com pessoas diferentes, mas como qualquer mistura heterogênea, uma hora a diferença fica visível demais.
Antes só do que mal acompanhado, é o que dizem... Eu, particularmente, concordo com isso...

Mas acho que o mais curioso de morar fora, sendo sincero, é a sensação de “iminência de responsabilidade”. Convenhamos, se eu não pagar minhas contas, arranjar minha comida, me locomover até a faculdade/estágio/trabalho/festas/etc... ninguém fará por mim. Sério! Até fiz uma experiência com roupas, louças e velas, mas depois de uma semana acumulando o cesto de roupas sujas e a pia com sujeira, minhas orações não lavaram nada por mim.

Ah, e orações também não pagam contas. Nem loterias; nem rifas; nem amigos prestativos; nem namorada com emprego; nem ninguém... Gaste todo o $ do mês com besteiras antes de pagar as contas e apenas observe o que acontece... Uma dica: Não será nada divertido!

Os preços do pão, do leite, do prato-feito, do sabonete, do papel higiênico, do sabão em pó, do presunto, da gasolina/vale-transporte, do queijo, e da carne também são relevantes (acredito que camisinhas também entram nessa conta). Pelo menos, MUITO mais relevantes do que a entrada da boate, que a caipirinha na cachaçaria, que o jantar numa pizzaria, que o ingresso do show, que a hora da lan house, e que uma roupa nova. Ao morar sozinho, “sobreviver com dignidade” se torna prioridade, em detrimento do “aparecer com futilidade”. Embora acredite que muitos jovens ainda não se deram conta disso.

Morar só ensina a dar valor a tudo. Ao conforto preguiçoso dos 5 minutos antes de levantar da cama; ao almoço delicioso “estragado” pela salada que nossa mãe insiste em colocar; às brigas com os irmãos; aos banhos de água quente; ao luxo de não se estressar no trânsito quando nossos pais dirigem; aos “boa noite”, “eu te amo” e “venha almoçar” que passam desapercebidos. Ensina a dar valor ao amor e à saudade.

Quatro anos longe de casa, e tudo o que me arrependo é de não ter percebido, antes, o quanto é maravilhoso estar cercado das pessoas que amamos e dos pequenos luxos que tornam nossa vida mais fácil.
E só de pensar que ainda terei outras eternidades de saudades pela frente, aprendo a dar cada vez mais valor.

Este texto é dedicado a todas as pessoas maravilhosas que eu amo (e àquelas que me amam), mas que as enormes distâncias deste mundo pequeno insistem em separar. Dedicado ao meu pai e à minha mãe, à minha irmã e aos meus avós, aos meus cachorros e meus amigos; e aos seus também. Dedicado a todos os “Filhos das Distâncias” que um dia, nesta ou em outra vida, voltarão para casa.

Mesmo que até lá, pareçam ter passado eternidades.

25 outubro, 2007

Sinceridade...

"O que é o amor, se não a mais bela e querida dor; é o meio da noite, insone, ao acordar; e não ouvir 'a' voz a dizer: que mais vale um amor perder, do que nunca antes amar." - M.B.B.F.

13 outubro, 2007

"As Fantásticas Peripércias da Prefeitura de Belém"

Ou: "O que diabos deu na cabeça do prefeito?" - Escolha seu próprio título!

Novidade da Prefeitura de Belém: atrapalhar a vida dos outros. Não que isso seja algo inédito, mas desta vez, confesso que fiquei surpreso. As últimas iniciativas, antes desta – a meu ver – polêmica, foram óbvias: o Círio está batendo às portas, 2,3 milhões de pessoas encherão as ruas da cidade e, pegaria muito mal se as ruas estivessem em péssimas condições. A prefeitura tratou logo de asfaltar e reparar boa parte delas. Lógico, não é mesmo? Duciomar Costa pretende se reeleger, ou estou errado?

Até entendo que alguns problemas mais crônicos e menos urgentes sejam legados para outros prefeitos, ou outros mandatos quem sabe. A rua dos Mundurucus é meu exemplo mais recorrente, afinal, eu moro nela: tão logo chega a revigorante chuva da tarde em Belém, que a rua vira um riacho (devo dizer "ruacho"?). Se chover mais, maior fica a potência da correnteza.

Riachos à parte, já que este problema não se resolve, entraremos em foco no mais novo transtorno com o qual estamos sendo agraciados: o misterioso projeto de “ciclovia+acostamento+meio-fio-com-um-metro-e-meio-de-margem-de-erro” que está intrigando os moradores e transeuntes da Av. José Bonifácio. Não há mais acostamento! Não há mais UMA simbólica vaga para se estacionar, em todo o lado esquerdo da rua! Em boa parte da rua...

Não sei se isso renderá votos. Ou se deixará Belém mais bonita. Mas que está atrapalhando a vida de muita gente, isto é fato; atrapalhou a minha, quem nem moro lá.

Mas tudo bem podem ficar tranqüilos, pois o novo projeto da prefeitura já foi anunciado: vão construir um gigantesco e dispensável viaduto interligando o fim da Av. Magalhães Barata ao começo da Av. 1º de Dezembro (ou João Paulo II, se preferir).

Você duvida? Eu sinceramente não...

04 outubro, 2007

Depois de um zilhão de anos, finalmente uma foto!


Tava devendo minha cara feia na internet!!!

Reforma Ortográfica Brasileira

Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica (além dos ignorantes, também vai servir pra aqueles que escrevem aquela língua horrível da internet...).Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.

No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C" sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Peçoas que açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU" em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e ekonômika.
Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko "H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera çimplifikado para "X" e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como "onra" fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe. Da mesma forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J" pra façilitar ainda mais a vida da jente.

No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças mais komplikadas serão poçiveis.O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar.
Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas doispontos aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde.

No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural nos adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U nas palavra toda ke termina kom L como fuziu xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os karioka talvez naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra mas vaum akabar entendendo.
Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar com o D nos jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.

No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no infinitivo ja ke ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo roba toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez di çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a fraze akabo.

Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi intende muitu melio i di forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu, ate us jornalista, us publiçitario, us adivogado, ate us pulitiko i u prezidenti !
Olia ço ki maravilia.
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Texto escrito por Cynthia Feitosa no blog http://cyncity.zip.net

04 setembro, 2007

NOVIDADES

Novos blogs já funcionando!

Os endereços são:

www.infalando.blogspot.com

www.aesquinadosmundos.blogspot.com

Em breve teremos o último da tríade. Mas isso será surpresa.

Ah e o Astronauta volta em breve.

10 julho, 2007

Limpando a casa

Os posts do Astronauta estão começando a ficar confusos e desvirtuando seu foco. Etão optei por dividir melhor as coisas:
- Ainda utilizarei o sistema de seções. Facilita bem a vida, mas o enfoque será muito mais voltado para minhas experiências pessoais e afins.
- Outros dois blogs estão à caminho: um sobre "jornalismo" crítico (leia-se: não enjoado, de preferência) e outro sobre rpg e entretenimento. Isso, se somarmos aos dois outros em que participo (Jornalha e Caverna Comulot)...
- As ilustrações serão temáticas de acordo com as seções, mas sempre mudará.

Em breve ocorrerão estas mudanças. Aguardem!

+ Ps1(acho q vou comprar um destes de novo): Ah, e duas matérias minhas saíram no site da Dragonslayer. Já é um começo! huehuehue
Em breve eu mando outras duas, só que pra Mundo Estranho. Se bem que tem mais 3 prontas pra DS tb...
+ Ps2 (o meu deu pau de vez, n vou desembolsar 300 reais pra consertar mesmo): Penso em fazer um blog tb sobre ocultismo, filosofia, ciência e religião. Adoro estes temas e estou afim de escrever sobre.
+ Wii (pq o Ps3 tá muito caro): Aqueles que não querer ver estes projetos morrerem, por favor comentem de vez em quando... ¬¬ ... é ruim achar que NINGUÉM entra aqui...

Abraços

03 julho, 2007

Coisas acontecem

Coisas demais acontecem em pouco tempo. O tempo vai indo, indo e indo. Desse modo idiota e fluido; quase "aliterático". Mas não é a vida rápida demais, tampouco a terra gira muito veloz. Somos burros, essa é a verdade. Como formigas desesperadas que buscam açúcar aonde não existe. Formigas suicidas.

Acredito que devemos morrer, amar e criar a vergonha na cara de sermos felizes. Felicidade não chove. Ficar esperando o mundo girar faz criar mofo em nossa existência.

Não quero ficar velho e descobrir que não fiz nada. E não vou.
Não é lição, muito menos pentelhação... mas seria bom se aqueles que lerem este texto pensassem uma única vez - no mínimo - assim. Sem hipocrisia de se dizerem perfeitos, sem negar que cada um tem seus defeitos, sem encarar esta mensagem como um "blábláblá" dispensável. Você estará sozinho(a), poderá pensar sem dividir seus pensamentos, concordando ou não com o que está escrito aqui.

Só não seja uma formiga.

29 maio, 2007

Tiros no escuro



Lembro de quando eu era criança e assistia desenhos animados aos montes. Não que eu seja menos criança do que eu era, porque ser criança não significa ser imaturo; e não que eu assista menos desenhos animados, mas minha atenção ultimamente tem tido prioridades muito menos divertidas.

Naquela época, entre cavernas de dragões, robôs gigantes de papelão, monstros de borracha, cavaleiros com poderes estranhos e uma imensa gama de bizarrices, havia um tipo de desenho que nunca me chamou muito à atenção. Um gênero fraco, tendencioso, alienante por assim dizer... não que eu soubesse muita coisa sobre isso...
Eram os bangue-bangues - se é que é assim que se escreve.

Nunca achei graça em pessoas atirando nas outras. Não como uma diversão infantil e descontraída. Tudo bem, admito que anos depois "matar carinhas" na tela do videogame se tornou um passatempo indispensável, e assistir os clássicos de Velho Oeste também se tornou bem nostálgico, mas convenhamos... nos tempos de criança?!?

Acabei de ler "Homo Viden", um livro ótimo e de linguagem fluida de um autor Italiano - cujo nome não consigo pronunciar direito -, que trata sobre a interação TV-Homem e suas implicações desastrosa. Por coincidência o primeiro capítulo se trata justamente sobre isso: a incidência de valores distorcidos e A-morais (muitas vezes I-morais mesmo! Sim, há uma sutil diferença nos prefixos...) que fluem direto da mídia televisiva, direta e anti-crítica, para a mente de seus receptores.

Agora parem pra pensar. Crianças VÊEM muito antes de LEREM E ESCREVEREM, seu senso crítico NÃO é desenvolvido, embora sua mente absorva informações através de estímulos visuais. Algo óbvio! Afinal, o aprendizado mais simples é aquele intuitivo, baseado no ver-fazer. Pura repetição de exemplos... e quanto mais banais se tornarem, mais assimilados como "normais" e "aceitos" eles serão.

Isto é o que remete ao título deste post. Tiros no escuro. Tiros - e outras formas de alusão à violência - que preenchem o escuro vazio de mentes em formação. Mentes humanas influenciáveis, vulneráveis, inocentes. Ávidas por informações exemplares à serem seguidas. Analise que diferentemente dos dragões e monstros de desenhos de fantasia, que são temores psíquicos materializados, estamos falando de formas icônicas humanas, praticando a violência pura e simples contra seus iguais. E na maioria das vezes sem sentido... pobres índios... pobres crianças...

Da próxima vez que pensar em ligar a televisão, faça um favor para a humanidade e para seus filhos: ensine-os a ler um livro, de preferência um de fantasia. Com elementos criativos, educativos e que ilustrem a coragem e o respeito necessários pra torná-los pessoas de caráter. Mostre à eles este mundo inteligente e cognitivo da literatura ANTES do besteirol da televisão.

Não é fácil, é verdade... mas é melhor do que ter que ensinar, depois de tanto besteirol, que matar índios não é nada divertido...

Definitivamente, nada divertido.

27 maio, 2007

Quem sabe faz... e ainda deixa os outros com cara de tacho!



Beatbox + Flauta Transversal + Inspetor Bugiganga + Um Tira da Pesada!!!

29 abril, 2007

Notificações

Mudanças:
- Uma pessoa postou aqui no post sobre a repetição das ilustrações temáticas de cada seção. Outras duas também deram a opinião pessoalmente. Decidido: Já que não acharam legal a personalização do blog, acho que vou alterar as ilustrações à cada post. Estou alerta para mais manifestações.

Coisas Bacanas:
- Meu quase-irmão Pedro Paulo ganhou o primeiro lugar no projeto Jovem Cientista em nível mundial, na Rússia. Seu projeto provavelmente vai revolucionar muita coisa por aqui, pois diz respeito ao álcool brasileiro indiretamente. Parabéns Pedrinho! Abração de todos os membros da tua segunda família! Te amamos cara!!!

- Entrei em contato com a editoria da revista Mundo Estranho ano passado, e o povo de lá me notificou que estavam interessados em avaliar alguma matéria que eu mandasse pra eles. Se ficasse boa... quem sabe... ;). Cá entre nós, estou preparando duas matéras pra mandar pra lá: uma sobre a Amazônia e outra sobre RPG.

- Falando em RPG, mostrei um material de adaptação de um jogo famoso (ZELDA, pra ser exato) para RPG, e o povo de uma famosa revista da área disse que ficou interessado em uma matéria sobre. É só eu mandar que eles publicam! ...ao menos é melhor do que nada: pode ser rpg mas já é alguma coisa... acho que isso vai fazer eu me sentir um pouco mais capaz. ;p

Abraços à todos aqueles que não comparecem a este blog... e aos que comparecem mas fazem questão, para o meu desespero e desilusão, de ficarem anônimos. Pows gente, postem alguma coisa ae pra mostrarem que passaram por aqui...

20 abril, 2007

Se meu diploma de jornalismo falasse...


...iria dar uma bela cagada em nossos ilustres representantes do Poder Legislativo.

Dá uma olhada essa nota divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas: A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) em conjunto com os Sindicatos de Jornalistas do Brasil emitiu hoje (07/04), Dia do Jornalista, Nota Oficial intitulada "Por um jornalismo feito por jornalistas diplomados e registrados! ".

É só entrar nesse endereço e checar a grande bronca: http://www.ojornalista.com.br/news1.asp?codi=2025

Aí você pára e pensa: "- Ué, mas não seria melhor se regulamentassem essa situação?". Claro que seria! Mas estamos em uma situação viciosa e estagnada! Um fosso de merda-movediça, que só nos afunda quando nos debatemos. Não é do interesse de outrem, mas para quem trabalha na área da comunicação seria essencial se esta questão fosse debatida com o mínimo de bom-senso e ética profissional!

Mas cai na mão de quem??? Daqueles que sempre tomam decisões em causa própria!

Puta Que O Pariu!!!

Errando na escolha certa

Larguei direito no final do primeiro ano. No começo pensei que fosse um curso tedioso e enfadonho, feito para velhos ou pra patricinhas e playboys ávidos por reconhecimento - no fundo talvez eu até tivesse um pouco de razão - mas hoje percebo que minha decisão foi precipitada e MUITO idiota! Pra ser sincero, me faltava maturidade para encara um curso como aquele... Então, seguindo minha teimosia contra os conselhos dos meus pais (meu pai em especial), resolvi me dar a chance de errar enquanto ainda sou novo.

Mudei para jornalismo. O começo também não foi algo fantástico: no primeiro ano, por exemplo, me frustrei com a disciplina Fotojornalismo - sinceramente, acho que a única coisa que me ensinaram foi construir uma câmera fotográfica com uma lata de leite em pó e a revelar fotos em uma câmara vermelha, que por sinal fedia horrores, usando um papel especial que custa tão caro, que torna mais acessível revelar fotos em uma loja especializada. Em suma, nada que eu não pudesse ter aprendido depois de fuçar durante 15 minutos na Internet, ou mesmo assistindo programas infantis de "faça você mesmo".

Com História das Artes não foi muito melhor - embora tenha sido muito mais divertido. A professora apresentava tanto conhecimento acerca de sua disciplina, que proclamou pérolas inesquecíveis por minha turma: "egípcios existiram há 4 MILHÕES de anos atrás"; "os hieróglifos são uma linguagem cujo significado nunca foi descoberto"; "o império romano dominou a Europa durante toda a IDADE MÉDIA", entre outras declarações hilárias. Seria cômico, se não me custasse caro...

O tempo foi passando, algumas matérias se revelaram essenciais - tal qual alguns professores incríveis - e eu comecei a pegar a "manha" necessária pra trabalhar nesta área. Descobri que meu curso é 85% diferente do que imaginei que fosse à princípio; fiquei maravilhado E incrivelmente frustrado com certas experiências (como a professora que transformou o meu sonho de Jornalismo Impresso, em uma poça fútil de interesses para ascender socialmente, enquanto "devemos" nos submeter à vontade de nossos chefes). Mas mesmo aos trancos e barrancos acho que estou levando jeito para a coisa.

Comunicação Social é mesmo minha área. Poderia ser biologia (que eu adoro!!!), mas no Brasil, ou se é médico ou veterinário ou dentista ou desempregado... Então deixa pra lá... Fico com jornalismo mesmo...

O problema é esta questão do diploma de jornalista. Com essa andança do projeto de lei no Congresso - e com o lado ruim pendendo pro nosso lado -, é provável que qualquer um possa trabalhar nesta área sem possuir graduação, ou mesmo ter experiência profissional. Isso facilita a vida daqueles que não possuem diploma, mas já estão empregados (imagine se algum alto executivo da central de produção da Rede Globo, que não possui diploma vai se "sujeitar" à fazer faculdade depois de velho? até parece...), ao mesmo tempo em que favorece os trabalhadores sem carteira assinada - mesmo os que possuem - que se sujeitam à ganhar menos do que um profissional da área ganharia, por um emprego.

Em suma: qualquer um pode ser jornalista dadas as atuais condições. Até mesmo quem faz biologia ou é desempregado-nato (brincadeiras à parte, respeito ambas as "qualificações").

Éééé...eu não deveria ter largado Direito...

16 abril, 2007

- Onírico, sua besta! - disse o Nário...

Onírico: Derivado de oneiro, do grego, sonho.
Sua origem também é relacionada a Oniro, deus grego dos sonhos também conhecido como Morfeu ("aquele que forma; que molda"), filho da deusa da noite, Nix, e do deus do sono, Hipnos. Possui a habilidade de assumir qualquer forma humana e aparecer nos sonhos das pessoas sob a forma de um ente querido.

É mencionado por Ovídio no livro Metamorfose, como um deus que vive em uma cama feita de ébano, em uma escura caverna decorada com flores.
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Cá entre nós, é uma palavra pouco usada no cotidiano, mas aplicada vastamente na psicologia, na literatura, em jogos e em abordagens sobre o tema (meio óbvio!).

Em suma: algo onírico é algo relacionado aos sonhos.

11 abril, 2007

Ahhh, esçe meu Bráziu...

Assim nasceu o povo...

...Neto de um estrangeiro bigodudo, de sotaque engraçado, hálito forte e acostumado a vestir-se com roupas pesadas. Nunca conheceu direito seu avô materno, talvez porque este tenha há muito abandonado seus rebentos à própria sorte e voltado para casa ao além mar; talvez, porque o verdadeiro intuito deste não incluísse uma progênie em seu legado. Após seu retorno às terras distantes nunca mais sequer incomodou-se com o bem estar de seus rebentos.

Sua avó materna, uma analfabeta naturista, limitava-se a viver consumindo o necessário para seu sustento. Nua e ingênua, sujeitava-se aos abusos do marido (que jamais aceitou como seu) por imposição, medo e falta de informação. Não suportando mais tantos maltratos, a pobre fêmea morreu dando à luz para a mãe do povo.

O avô paterno foi o mais sofrido. Passou uma infância iludida, em belos campos abertos, vivendo feliz e livre até sua maturidade. Desde então, capturado como um animal selvagem, conheceu o mundo amordaçado, surrado e violentado. Sempre em silêncio.
Às escondidas teve um filho, mas não chegou a vê-lo nascer.
Morreu antes; de tristeza; dentro de uma jaula.

A avó paterna era uma fugitiva. Perseguida em terras distantes, correu para longe das matas de pedra. Seus familiares a sufocavam e reprimiam, e esta, ansiando por seu espaço fixou-se nas matas de folhas.
Morreu idosa e doente, infeliz com seu passado e desgostosa com as atitudes do filho.

A mãe do povo puxou a avó, submissa, desinformada e ignorante. Desprovida de educação, iludia-se com as promessas do esposo. Uma casa melhor, uma saúde melhor, uma vida melhor...

O pai do povo era um boêmio canastrão; bebia, mentia e vivia “na vida”, sempre às escondidas, sempre sob os panos. Sua imagem nos jornais já era outra; defensor do povo, amigo de todos, honesto, cidadão ícone. Iludiu a esposa, deixou o povo abandonado; hoje, manda supremo em sua casa.

O povo, herdeiro do país, nascido de quatro etnias, descendente de várias culturas, filho de um pai relapso e uma mãe submissa, nunca teve nada.
Suas heranças foram: fome e miséria; preconceito e discriminação; vergonha e ignorância.

Hoje chora; reprimido, desiludido e perdido...
...E assim morreu o povo; por mãe negado, por pai fodido...

27 março, 2007

Trânsito: Um verdadeiro campo de batalha!

Saudações caros(as) visitantes,Aqui começa mais uma seção do Astronauta das Marés: o "KBÇA DURA!", um área destinada à reflexões que infelizmente me tardaram a acontecer (tudo haver com o nome da seção!!!).
E com "chave-de-pedra", um assunto que afeta TODO mundo!
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Descobri que quase me tornei um monstro dois meses atrás, quando realmente tive de colocar em prática minhas aulas de trânsito nas ruas DE VERDADE.

Antes eu era apenas um pedestre simplório e inocente, indignado com as barbeiragens do trânsito e temeroso com as "transitagens dos barbeiros" (claro, frequentemente era passageiro também, fosse de coletivos ou dos carros dos meus pais). E sempre soube que poucos motoristas realmente dirigiam com o devido cuidado - fato que sempre me deixou intrigado ao ver quem colocava a pressa no lugar da segurança.

Mas depois de muita provação - no sentido mais lúdico - eu me ENFEZEI. E passei a entender o curioso ponto de vista dos homens-motor!

Antes de voltar para Belém, no fim de Janeiro, ganhei um carro. Nada de extremo luxo, como um modelo de 40 paus pra cima, mas também não vou mentir que meu carrinho não é bonito e não oferece um conforto sem igual. Amei andar sobre quatro rodas; minhas quatro rodas. Amei descobrir o bucólico mundo dos sinais, faixas de sinalização, infrações leves, limites ultrapassados de passageiros e medidas de calibragem para os pneus.

Aprendi que gasolina REALMENTE custa BEM caro! E que um risquinho, que seja, na lataria do meu "amor prateado" rende momentos de frustração e fúria indescritiveis. Aprendi que ultrapassar o sinal vermelho depois das 22:00 é quase uma liturgia para evitar assaltos, e que de madrugada não existem preferenciais. Aprendi que lavar o carro não é assim tão divertido quando não se têm baldes à disposição e quando o lava-rápido do posto de gasolina custa uns "dinheiros" consideráveis.

Descobri que poucas coisas irritam mais do que ser fechado! Que levar luz alta nos olhos é quase uma liga narcótica! Que ouvir buzinas incessantes quando se morre num cruzamento dá uma vontade desgraçada de afundar a buzina também! E que quanto mais pressa você tiver, pior vai estar o engarrafamento!

Quase me tornei um monstro! Um homem-motor! Um costureiro de avenidas, assaltante de vagas, cobrador de caronas! Prestes a se corromper...

Mas eu já fui pedestre. Já andei de ônibus lotado e no conforto dos carros de meus pais.
Sei como é estar de ambos os lados dos vidros e do volante.

Então faço um apelo a todos os que esqueceram como é ser um mero transeunte: Não dê motivações para que os outros se tornem uns de nós! Por que se algum dia TODOS se enfezarem e vierem a ter um automóvel, o engarrafamento vai ser BEEEEEM pior...

14 março, 2007

Divulgação que é bom... Parte1

Inaugurando com chave de ouro, a primeira postagem do Astronauta das Marés não podia estar dentro de uma seção mais "descontraída":
Na Base da Ignorância
A seção com o linguajar mais "despojado" do site, e com os temas mais irritantes - ao menos para o autor.
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Pois bem, sem fazer rodeios vou logo dizer a merda que me incomoda: um hobbie que curto pra cacete, mas que pisou na bola pra valer estes tempos: o RPG (ou Jogo de Interpretação de Personagens) - que pra variar é uma sigla em inglês.

Bom, a questão é que semana passada, dias 10 e 11 de março pra ser exato, ocorreu em nível nacional um evento chamado "Dia D RPG" (pode parecer panaquice, mas esse D tem haver com a editora Devir, que publica a maioria dos títulos traduzidos. Não tem porra nenhuma haver com a 2ª Guerra).

Beleza... O evento aconteceu em diversas capitais brasileiras - além de algumas cidades de importância relevante - e teve um número satisfatório de participantes. Tudo muito bem elaborado pela editora, que por sinal teve a brilhante sacada de realizar simultaneamente em vários estados. Mas um simples detalhe - que de simples não teve nada - queimou um pouco o filme: a maldita divulgação.

Por acaso algum de vocês sabe o que diabos significa rpg (não estou falando da tradução da sigla, mas sim do que se trata!)? Não! Esta provavelmente será sua resposta... Aí é que mora o conflito: um evento como este tem como intuito secundário - é óbvio que o primário é agradar a tonelada de nerds que comparecem - divulgar o hobbie e dar detalhes sobre suas temáticas e benefícios. Algo no mínimo lógico para atender aqueles que não conhecem.

Mas, caramba!!! Um evento como este, em nível (à nível... sei lá...) nacional deveria no mínimo ser divulgado para o público leigo - é lógico! - da forma mais abrangente possível. O que não ocorreu...

Muitos rpgistas - pasmem, essa é a palavra pra designar quem joga - nem sequer souberam do tal dia D (pudera, apenas meia dúzia de sites da internet e lan-houses por aí continham informações relevantes). O que dirá então daqueles que não conhecem o rpg? Evento para a disseminação do jogo entre os leigos? Que leigos? Algum deles ficou sabendo?

É isso que empobrece a imagem das boas experiências: o que era pra esclarecer dúvidas, apenas trouxe mais reservas por parte daqueles que observam - e estranham - um grupo de pessoas se fechar em eventos privativos.

Puta Que O Pariu!

08 março, 2007

Parece até coisa de gente séria...


Saudações caros visitantes invisíveis e anônimos, protegidos pela malha ilusioramente privativa da Internet. Sejam bem vindos ao Astronauta das Marés.

Este é o nascimento do projeto de um estudante de jornalismo - e aspirante à escritor - que tentará se manter consistente o máximo possível, tanto em seus textos quanto em sua periodicidade. E que terá como foco uma visão pessoal dos eventos atuais que sejam dignos de notas (Mentira! Os que não são dignos também vão fazer uma ponta!), sejam elas jornalísticas ou avacalhadas.

O blog possuíra várias "colunas" com abordagens completamente diferentes umas das outras, e cada qual possuíra ao menos uma publicação por semana - ou a cada 15 dias, sei lá...

Aliás, não reparem a minha total inaptidão pra lidar com blogs - até essa palavra é estranha - porque sou iniciante nessa área. Fora isso, fiquem à vontade pra mandar comentários, dúvidas, saudações, elogios, ofensas, bombas, tomates, dinheiro, dívidas, etc...