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05 dezembro, 2007

Finalmente passei no vestibular!

Sim, isso mesmo que você leu. Passei no vestibular! Finalmente!!!

Bom, antes de maiores confusões deixa eu (...sei q está escrito errado!) explicar melhor o que isso quer dizer: já sou universitário, curso Jornalismo e estou no último ano de faculdade (em 2008 pra ser sincero), passei no vestibular em 27º geral, em Direito, com a concorrência de 11 por vaga, mas transferi para comunicação social (mais informações sobre esta empreitada suicida aqui). E sim, na época eu passei no vestibular sim. Mas desta vez a história é diferente.

Parte 1- Nunca me dediquei à coisa alguma - ei, antes de dizer: "Caramba, que horrível!", deixe eu (de novo errado!) explicar, ok?. Digamos... eu nunca me dediquei a mim mesmo como deveria. Não pratico esportes por preguiça, não estudava para o vestibular como quem "realmente gostaria de passar", me alimento relativamente mal, durmo tarde, vivo com barba de bode e cabelo de urso-metaleiro-assustado, entre outras coisas que minha mãe não se orgulha - e faz questão absoluta de deixar bem claro todos os dias. Mas o fato é que desta lista desagradável eu quero destacar um ponto: o não estudar.

Jogando a modéstia no moedor de carne: sempre fui muito inteligente. Aprendi a ler e escrever muito cedo, devorava livros de ciência e estórias desde fedelho, e pulei uma série porque "a turma não me acompanhava". Notas altas não eram problema: apesar de ser pouco disciplinado, sempre me apeguei ao uso da lógica e sempre prestei muita atenção nas aulas. Nunca decorava, eu aprendia. Mas não me esforçar e conseguir as coisas por “sorte” fez com que eu não me apegasse muito as minhas conquistas como estudante. Não comemorei meu vestibular... era como se aquilo fosse fácil demais, ou mesmo por sorte, e não por mérito.

Mas as coisas mudaram, muita coisa por sinal. Meu amor próprio mudou (e que minha mãe venha a ler isso!). E o principal: o meu irmão me mudou. Meu irmão Thiago é mesmo uma pessoa incrível; o pouco tempo em que estou morando com ele me ensinou o mérito de se dedicar a algo, mesmo sem ter certeza se este é o melhor caminho. Ele já passou em três vestibulares com folga, e creio, irá passar em mais dois ou três. Algo que nunca fiz.

Tenho orgulho de meu irmão. E ele conquistou esse orgulho por mérito de seu próprio esforço; e não apenas por ser meu irmão.

Parte 2- Bom, mas como eu mesmo disse, as coisas estão mudando... e eu passei no vestibular. E o mais incrível: sem nem fazer prova!!!

Uma certa faculdade genérica daqui de Belém está realizando uma prova interessante: inscrição pela internet, custando apenas 1kg de alimento não perecível, e que usa a nota do ENEM (de qualquer ano) para substituir a prova E a redação. Resultado: me inscrevi! Dia 15, meu nome sai no rádio – sintonizem para rir um pouco!

Parte 3- Passei no vestibular! Acho que agora faz sentido para vocês leitores, não é?

Meu irmão me ensinou o valor de uma conquista com o próprio esforço. Mesmo quando todo o horizonte ainda está escuro e repleto de indecisões. Aprendi a alegria que é comemorar uma vitória merecida, e o esforço de cada passo na dedicação intensa que ela requere. Vi meu irmão estudar durante um ano de manhã, tarde e noite, e querer ainda mais tempo para poder correr atrás de seu futuro.

Quando ele passou no vestibular, eu passei também. Passei de consciência, de alma.

E também passarei mais uma vez. Talvez, não com o mérito de uma dedicação intensa, mas sim com a minha inteligência nata, e com a “sorte” com que fui agraciado. Usarei a minha nota do ENEM, os 92,6 pontos que conquistei com minha capacidade. Escolhi Direito, mas não vou cursar – por ser faculdade particular, e por não ser o momento certo.

Meu irmão está de cabeça raspada. Um verdadeiro calouro. E em breve eu estarei. Não por deboche, e nem tanto pela glória patética que é entrar numa faculdade sem fazer prova; mas sim pelo que aprendi. Pela “prova” que finalmente consegui passar, com a ajuda de meu irmão. Sou um calouro também. E a vida, por mais clichê que seja dizer isso, é um belo de um vestibular.

Aprendi muito neste último ano. E espero ter conseguido ensinar algo de bom para alguém também...

3 comentários:

  1. aeww ainda bem que tu jogou mesmo a modéstia no moedor de carne.se não eu mesma jogava essa modéstia em algum canto.uhauhauhahu
    to brincando.
    "jogando a minha modéstia na orivada" eu que já passei por quase tudo nessa vida,desde cedo aprendi a dar valor em pequenas coisas,pequenas conquistas.mas isso tudo se deve pela base familiar que tenho..e blá blá.mas pq eu to dzndo isso? retirando teu clichê achei um melhor:a vida é um eterno aprendizado! heheheheh

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  2. adorei.... e sei do que vc está falando... hehehe

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  3. ei esse anônimo sou eu (le-se: manu)!

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