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18 dezembro, 2007

Roteirista de novela fantástica...

Ontem, ao conversar com um amigo pela internet, me dei conta de algo curioso: um bom roteiro é tudo em uma história. Bom, deixa eu explicar melhor: nós temos um grupo de RPG (de jogo, e não de fisioterapia) - somos 8, embora apenas 4 sejam jogadores assíduos - e nos reunimos de dois à três finais de semanas por mês para jogar.

Acontece que nosso grupo possui uma comunidade no orkut. E nesta comunidade sempre que possível eu atualizo as informações sobre os acontecimentos da "campanha" (nome que se dá à sequência de jogo), os eventos do cenário (mundo onde se passa a história), a ambientação (o conteúdo narrativo do mundo) e as regras de jogo. Em geral, cada atualização traz imagens e contos que fazem referência à história recorrente em jogo; tornando-se algo como um site em contínua mutação, que visa enriquecer o jogo e suas histórias.

Em suma, estamos elaborando e detalhando um universo inteiro, já criado anteriormente, acompanhando a jornada dos personagens-jogadores e as tramas que os envolvem. "Está parecendo uma novela!" - disse o Galliano.

Acho que é exatamente isso que se tornou. E eu acho ótimo!

A trama está surpreendentemente intrincada, os personagens estão com personalidades mais humanas e realistas do que jamais esperei que tivessem, e a história está ganhando proporções dignas de uma série em quadrinhos, um romance, ou algo maior. E embora eu seja suspeito pra falar, por ser o mestre de jogo e criador do cenário, sinto que este projeto está tomando os contornos que renderá ótimos frutos.

Conduzir a campanha está me "forçando à escrever" e elaborar as histórias (sem criar um milhão de outras novas, e acabar perdendo o foco). E o melhor: estamos elaborando tudo isso em conjunto; em um grupo de amigos.

Talvez seja mesmo uma novela. Uma novela de fantasia, mistérios e magia, bem fora dos padrões clássicos. Mas até agora está dando certo.

Um bom roteiro é tudo. E bons amigos, dispostos a criar algo em conjunto, também!

Valeu pessoal!

12 dezembro, 2007

"Rosas podres cheiram a merda"

Parece nome de música de protesto, né? E poderia render uma ótima poesia também! Mas a questão é outra: o título é bem literal, pra ser sincero.

Tive uma experiência sensorial intrigante nos últimos 5 dias. Uma experiência olfativa.

A vida, e os genes, me pregaram uma peça nesta encarnação: não enxergo bem. Oras, tudo bem, uma parcela realmente grande da população da terra também não possui olhos de falcão. Mas penso que pra compensar desenvolvi um bom olfato. Minhas "fungadas" vão além do que muitas pessoas percebem respirando. Ou como dizia um antigo amigo meu: "O Matheus sente cheiros que não estão lá!"

Pois bem, vamos à experiência: sexta-feira de noite foi a festa de formatura do meu irmão. Nas mesas haviam rosas amarelas e vermelhas como decoração, e como minha irmã e mãe não podiam deixar de fazer, a mesa de casa ganhou uma decoração floral temporária. Bem temporária.

Nos primeiros dias (leia-se: sábado e domingo), o perfume das flores estava gostoso, aromatizando o ambiente. Lembrava, com muita licença poética - talvez graças ao meu nariz, o cheiro de uma floricultura. Mas com minha família aqui, com o fuzuê que estava em casa, e com o velho costume de só dar valor pras coisas quando elas estragam, fui notar que as rosas estavam mortas apenas na terça-feira.

Nos dias intermediários (leia-se segunda e terça), um leve cheiro de cemitério pairava no ar. Era só fechar as janelas e olhar para a jarra de suco, repleta de água, em cima da mesa, que a visão das flores murchas me fez perceber o quanto o aroma adocicado havia se tornado lúgubre. Cheirava mesmo a cemitério.

No último dia (leia-se hoje, quarta-feira), após chegar do trabalho, senti um cheiro curioso: o inconfundível "aroma" de merda. Olhei na sola do meu tênis, nada; nos lixos da cozinha e do banheiro, nada (bom, no banheiro... ah, vocês entenderam...); no vaso sanitário do banheiro da empregada, nada! Eram as rosas, já podres... em cima da mesa da sala, imersas em uma água verde escura e gosmenta.

Podia mesmo render uma poesia. E o nome também é ótimo para uma música de protesto social. Mas vai ficar registrado, mesmo, como o relato de uma experiência olfativa.

Rosas podres cheiram a merda.
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Obs: Acho que vou voltar a publicar os textos do Astronauta com as imagens das seções. Sinto falta do pequeno moai que acompanhava o "kbça dura".

Vote agora mesmo na Enquete das Marés, e perca segundos preciosos da sua vida!!!

Faz um tempo que não atualizo o Astronauta. Acho que é mais em decorrência da falta de inspiração do que por preguiça. Mas para não deixar o blog deixado às moscas resolvi criar uma enquete. No lado direito do blog, abaixo do meu perfil, há um pequeno espaço que será destinado a uma interação (na medida do possível) dos leitores, comigo.

Claro, seria muito mais fácil se cada um de vocês deixasse um comentário sobre o assunto que gosta de ler, mas acho que por decorrência de uma inaptidão-tecnológica-nata/paralisia-cerebral-irreversível/preguiça-hereditária/desinteresse-absoluto/motivo-alienígena-desconhecido, muitos dos leitores do blog não comentam os post's. Por este motivo simples criei a enquete! E vocês podem - ou não, quem sai perdendo são vocês mesmo - votar até o dia 31 de Janeiro de 2008.

Obs: Não pude resistir, o nome do post ficou ridículo... mas vou manter assim mesmo!

05 dezembro, 2007

Finalmente passei no vestibular!

Sim, isso mesmo que você leu. Passei no vestibular! Finalmente!!!

Bom, antes de maiores confusões deixa eu (...sei q está escrito errado!) explicar melhor o que isso quer dizer: já sou universitário, curso Jornalismo e estou no último ano de faculdade (em 2008 pra ser sincero), passei no vestibular em 27º geral, em Direito, com a concorrência de 11 por vaga, mas transferi para comunicação social (mais informações sobre esta empreitada suicida aqui). E sim, na época eu passei no vestibular sim. Mas desta vez a história é diferente.

Parte 1- Nunca me dediquei à coisa alguma - ei, antes de dizer: "Caramba, que horrível!", deixe eu (de novo errado!) explicar, ok?. Digamos... eu nunca me dediquei a mim mesmo como deveria. Não pratico esportes por preguiça, não estudava para o vestibular como quem "realmente gostaria de passar", me alimento relativamente mal, durmo tarde, vivo com barba de bode e cabelo de urso-metaleiro-assustado, entre outras coisas que minha mãe não se orgulha - e faz questão absoluta de deixar bem claro todos os dias. Mas o fato é que desta lista desagradável eu quero destacar um ponto: o não estudar.

Jogando a modéstia no moedor de carne: sempre fui muito inteligente. Aprendi a ler e escrever muito cedo, devorava livros de ciência e estórias desde fedelho, e pulei uma série porque "a turma não me acompanhava". Notas altas não eram problema: apesar de ser pouco disciplinado, sempre me apeguei ao uso da lógica e sempre prestei muita atenção nas aulas. Nunca decorava, eu aprendia. Mas não me esforçar e conseguir as coisas por “sorte” fez com que eu não me apegasse muito as minhas conquistas como estudante. Não comemorei meu vestibular... era como se aquilo fosse fácil demais, ou mesmo por sorte, e não por mérito.

Mas as coisas mudaram, muita coisa por sinal. Meu amor próprio mudou (e que minha mãe venha a ler isso!). E o principal: o meu irmão me mudou. Meu irmão Thiago é mesmo uma pessoa incrível; o pouco tempo em que estou morando com ele me ensinou o mérito de se dedicar a algo, mesmo sem ter certeza se este é o melhor caminho. Ele já passou em três vestibulares com folga, e creio, irá passar em mais dois ou três. Algo que nunca fiz.

Tenho orgulho de meu irmão. E ele conquistou esse orgulho por mérito de seu próprio esforço; e não apenas por ser meu irmão.

Parte 2- Bom, mas como eu mesmo disse, as coisas estão mudando... e eu passei no vestibular. E o mais incrível: sem nem fazer prova!!!

Uma certa faculdade genérica daqui de Belém está realizando uma prova interessante: inscrição pela internet, custando apenas 1kg de alimento não perecível, e que usa a nota do ENEM (de qualquer ano) para substituir a prova E a redação. Resultado: me inscrevi! Dia 15, meu nome sai no rádio – sintonizem para rir um pouco!

Parte 3- Passei no vestibular! Acho que agora faz sentido para vocês leitores, não é?

Meu irmão me ensinou o valor de uma conquista com o próprio esforço. Mesmo quando todo o horizonte ainda está escuro e repleto de indecisões. Aprendi a alegria que é comemorar uma vitória merecida, e o esforço de cada passo na dedicação intensa que ela requere. Vi meu irmão estudar durante um ano de manhã, tarde e noite, e querer ainda mais tempo para poder correr atrás de seu futuro.

Quando ele passou no vestibular, eu passei também. Passei de consciência, de alma.

E também passarei mais uma vez. Talvez, não com o mérito de uma dedicação intensa, mas sim com a minha inteligência nata, e com a “sorte” com que fui agraciado. Usarei a minha nota do ENEM, os 92,6 pontos que conquistei com minha capacidade. Escolhi Direito, mas não vou cursar – por ser faculdade particular, e por não ser o momento certo.

Meu irmão está de cabeça raspada. Um verdadeiro calouro. E em breve eu estarei. Não por deboche, e nem tanto pela glória patética que é entrar numa faculdade sem fazer prova; mas sim pelo que aprendi. Pela “prova” que finalmente consegui passar, com a ajuda de meu irmão. Sou um calouro também. E a vida, por mais clichê que seja dizer isso, é um belo de um vestibular.

Aprendi muito neste último ano. E espero ter conseguido ensinar algo de bom para alguém também...