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12 dezembro, 2007

"Rosas podres cheiram a merda"

Parece nome de música de protesto, né? E poderia render uma ótima poesia também! Mas a questão é outra: o título é bem literal, pra ser sincero.

Tive uma experiência sensorial intrigante nos últimos 5 dias. Uma experiência olfativa.

A vida, e os genes, me pregaram uma peça nesta encarnação: não enxergo bem. Oras, tudo bem, uma parcela realmente grande da população da terra também não possui olhos de falcão. Mas penso que pra compensar desenvolvi um bom olfato. Minhas "fungadas" vão além do que muitas pessoas percebem respirando. Ou como dizia um antigo amigo meu: "O Matheus sente cheiros que não estão lá!"

Pois bem, vamos à experiência: sexta-feira de noite foi a festa de formatura do meu irmão. Nas mesas haviam rosas amarelas e vermelhas como decoração, e como minha irmã e mãe não podiam deixar de fazer, a mesa de casa ganhou uma decoração floral temporária. Bem temporária.

Nos primeiros dias (leia-se: sábado e domingo), o perfume das flores estava gostoso, aromatizando o ambiente. Lembrava, com muita licença poética - talvez graças ao meu nariz, o cheiro de uma floricultura. Mas com minha família aqui, com o fuzuê que estava em casa, e com o velho costume de só dar valor pras coisas quando elas estragam, fui notar que as rosas estavam mortas apenas na terça-feira.

Nos dias intermediários (leia-se segunda e terça), um leve cheiro de cemitério pairava no ar. Era só fechar as janelas e olhar para a jarra de suco, repleta de água, em cima da mesa, que a visão das flores murchas me fez perceber o quanto o aroma adocicado havia se tornado lúgubre. Cheirava mesmo a cemitério.

No último dia (leia-se hoje, quarta-feira), após chegar do trabalho, senti um cheiro curioso: o inconfundível "aroma" de merda. Olhei na sola do meu tênis, nada; nos lixos da cozinha e do banheiro, nada (bom, no banheiro... ah, vocês entenderam...); no vaso sanitário do banheiro da empregada, nada! Eram as rosas, já podres... em cima da mesa da sala, imersas em uma água verde escura e gosmenta.

Podia mesmo render uma poesia. E o nome também é ótimo para uma música de protesto social. Mas vai ficar registrado, mesmo, como o relato de uma experiência olfativa.

Rosas podres cheiram a merda.
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Obs: Acho que vou voltar a publicar os textos do Astronauta com as imagens das seções. Sinto falta do pequeno moai que acompanhava o "kbça dura".

2 comentários:

  1. nhaa odiei esse post,tava pensando em te dar um buque de rosas no ano novo e fazer tu jurar que ia deixar perto da tua cama durante os primeiros meses,na verdade só até o dia do teu niver.hahahahah
    isso foi sem graça. ¬¬

    nunca parei pra cehirar merda,nem sei que cheiro tem. :P
    tá bom eu vou parar de cheirar oregano.eu ecsrevo besteiras que fedem.



    ....

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  2. "as flores tm cheiro d morte..."

    nas mais lindas flores se escondem os segredos mais sórdidos, mais indecorosos,
    os demônios mais repugnantes...
    entre eles, o fedor, um ínfimo espirro d podridão!!!

    um conselho: usa bom ar.

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