Eu olho para a cidade
com olhos de quem vê algo estranho pela primeira vez. Não sei o que
pensar. Há momentos em que vejo sujeira e solidão. Um enorme
cadáver decorado por vaga-lumes. Também vejo vida, não bela e
gentil, mas ébria. Desvairada.
A cidade é sempre uma
puta. Um refúgio melancólico da espécie humana. Enormes brinquedos
de metal e pedras, adornados com a ilusão do conforto. Ela tapa o
medo do escuro, do frio, da terra onde éramos comida sobre duas
pernas. Nossa tentativa pífia de destaque e santuário.
Mas não há opção que
não ela. E não há nada além dela que não seja o intervalo entre
outra de suas iguais.
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