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12 agosto, 2013

Cadentes

Quando eu era criança, por várias vezes me peguei olhando para o céu noturno. Eu ouvia histórias de alienígenas, estrelas cadentes e planetas imensos, e ficava imaginando se tudo aquilo era verdade. O universo parecia tão distante e incrível, que não podia simplesmente ser real.

Ele estava ali, sabe? Logo ali. Em cima e ao redor, e era infinito. Como podia ser TUDO e ao mesmo tempo não ser nada para nós? Não fazia sentido não ter provas de todas as histórias. Como podia o infinito não dar sinais de existência? Estar tão belamente perto e impossivelmente distante?

O menino olhava para o céu de um modo mais profundo que o adulto agora olha. Ele sentia a real expressão do infinito. A melancolia de estar sozinho.

E até hoje, nenhum de nós, jovem ou não mais tão jovem, jamais viu planetas imensos, alienígenas e estrelas cadentes.

Um comentário:

  1. "O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora"
    (Pascal, ao olhar o céu depois de ter ciência de que a Terra não é o centro do universo e, portanto, não é o centro dos desígnios divinos).

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