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29 agosto, 2013

Azul

A cor que você enxerga desde pequeno e cresceu denominando como "azul", pode não ser o mesmo espectro da luz que os olhos de outra pessoa filtram e, igualmente, denomina com o mesmo termo e enxerga nos mesmos locais.

O mesmo céu azul que você vê, pode ser igualmente azul e celeste para outra pessoa, mas suas impressões e percepções podem ser distintas e singulares. "Azul", por si só, é um nome para denominar um conceito. Uma abstração sensorial com base em uma percepção física.

Se o seu azul, por algum motivo, for particular e único - não há como provar, até que esta afirmação seja refutada por meios científicos, que ele não o é - então o que garante que esta suas percepções sensoriais e sua estrutura lógica de raciocínio seja similar à de outros seres humanos?

E se, no lugar de uma cor, suas impressões pessoais fossem mais amplas e, ironicamente, imperceptíveis enquanto características particulares? Você seria capaz de notar uma distinção entre a sua visão de mundo e a de outrem? Você seria capaz de perceber, mesmo com "olhos de outra cor", que seus valores e convicções podem não ser universais? E que o diferente não é, necessariamente, errado.

Se uma simples cor pode levantar tantos questionamentos, reflita sobre seus julgamentos em relação à crenças políticas, religiosas, sociais e éticas. Pois, quem sabe, o seu azul não seja exatamente o mesmo azul da pessoa que está ao seu lado.


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