Com o passar dos anos, com o envelhecer e o tempo, as experiências e as dores, as alegrias compartilhadas e os sorrisos espontâneos, aprendemos aos poucos a sermos pessoas melhores. A rir mais de nós mesmos e a amar nossos pequenos erros.
Aprendemos a saber a hora de parar e a de ir adiante. A hora de dizer "adeus" e a de dizer "eu te amo". A dar valor aos pequenos esforços e prazeres que constroem a felicidade de todos os dias.
Descobrimos que não há distância maior do que aquela existente na saudade, e que a perda é a lição mais dura que a vida tem a ensinar. Descobrimos que as canções mudam de tom de acordo com quem temos ao nosso lado, e que as cores são mais vivas se nossos olhos estiverem puros. Que o gosto do cotidiano é o que tempera o sabor inesperado das novas experiências. E que os aromas do mundo são mais suaves quando os vícios são deixados em segundo plano.
Com o tempo conhecemos as razões de nossas falhas e os motivos de nossos medos, e abraçamos as dores que nos ensinam a ser mais fortes. Perdoamos as limitações alheias, ao nos darmos conta de que a ofensa é apenas uma expressão equivocada da carência. Aprendemos a ver amor além da simples ilusão de ódio e indiferença.
Com o passar dos anos, ficamos tolerantes aos espinhos e às pedras, pois cria-se a certeza de que toda beleza e recompensa é adornada por desafios. O sofrimento torna-se pequeno mediante a paz da conquista. Lamentos viram hinos de superação, lágrimas viram troféus. Os anos curam as doenças do corpo e da alma.
Com o esvair da vida e o andar das eras, viramos pó e energia. Matéria-prima para novas estrelas e homens. História.
Como toda história, seremos contados e cantados, até o esquecimento. Ecoados por muito, muito além da própria eternidade.
- MBBF, 09/06/2011
E com o passar dos anos, percebemos que, por mais que nós nademos, jamais iremos compreender a vastidão do oceano...
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