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27 novembro, 2007

A vez da baixa renda

O ano de 2008 prometerá alguns rebuliços no mercado de produtos duráveis. Pelo menos no que diz respeito ao mercado imobiliário, à inclusão digital e ao planejamento infraestrutural urbano. O motivo? Carros, computadores e casas à preços populares.

Sim populares, mas populares MESMO! A questão é que diversas empresas estrangeiras estão com planos para entrarem no país a partir do ano que vem, com produtos com preços "abaixo da linha imaginável" para a atual conjuntura financeira. E isso é uma benção às classes menos favorecidas. E talvez um problema para as empresas nacionais.

A empresa Sueca Medison tem o Celebrity, considerado o notebook mais barato do mundo, com preço (de "capa") de apenas US$ 150. A configuração não é das mais incríveis, mas seu potencial o é: utiliza o sistema operacional Linux (que é gratuito), tem um processador Intel Celeron de 1.5 GHz, tela Widescreen x-Bright LCD de 14” com resolução de 1280 x 768 pixels, 256 MB de RAM, HD de 40 GB e, pasmem, conectividade Wi-Fi. Com o Celebrity, a Medison bate o preço do ex-promissor OLPC, que custaria apenas U$ 100, mas teve seu preço ajustado para U$ 175. Mas ainda resta saber se o valor se manterá para entrar no Brasil - lembrando que ainda existem as taxas e impostos.

Ainda mais surpreendente é o caso do sucessor do Tata Indica V2, fabricado pela empresa indiana Tata Motors, que terá seu preço médio estimado em U$ 2.500 - isso mesmo! cerca de R$ 4.500 - e será lançado no começo do ano que vem. O carro, segundo o presidente da divisão de veículos comerciais da Tata Motors, PM Telang, "será um carro robusto, seguro, sem sofisticação. Um carro que as famílias pobres possam comprar". As especificações do novo Tata ainda não foram especificadas, mas a imprensa indiana especula que o carro venha equipado com quatro portas e um motor de 800 cilindradas.

Por fim, e não menos importante, a construtora mexicana Homex, entrará no mercado imobiliário brasileiro em breve (começo de 2008), com uma carta na manga: casas populares com preços entre U$ 13.00 e U$ 36.000. Segundo a revista EXAME, os mexicanos devem fazer acordo com uma empresa dentre uma lista de sete construtoras brasileiras selecionadas, a maior parte delas de pequeno porte e de capital fechado. Isto facilitaria ainda mais sua aceitação no mercado nacional.

Estas três promissoras empresas, claro, não possuam a consciência social como linha de condução de seus negócios, mas sabem que investir em produtos de baixo custo para os consumidores massivos é um ótimo investimento. As pessoas precisam de bens de consumo, e os primeiros à explorarem inteligentemente este nicho terão seu público fiel - embora seja composto de necessitados. O laptop não tem configuração impressionante, mas apresenta a disponibilidade de facilitar a inclusão digital; o carro não possui luxo e nem acessórios, mas é o sonho de consumo de muitos brasileiros; e a casa representa a necessidade mais básica do ser humano: seu lar.

Resta esperar que o bom-senso impere, e que os grandes grupos empresariais não embarguem estas investidas.

Embora, na melhor das hipóteses, caso estas empreitadas sejam bem-sucedidas, eu não gostaria de encarar o trânsito de São Paulo depois disso tudo...

3 comentários:

  1. eu tenho medo de tanta tecnologia..não pela queda ou aumentos dos preços,mas pelo fato de que o objetivo dos inventores é trazer nada mais nada menos do que comodidade para a vida das pessoas.Já viu só essa invenção da TVDIGITAL? hunf....¬¬
    Pessoas que não sabem usar a tecnologia para algo realmente im portante!

    bjos Damaran!

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  2. rapaz,
    primeiro: tu recebeste quanto pra publicar isso?
    segundo: já tntou parar pra pensar nas causas desse barateamento?
    (acho q vai ser mais proveitoso focar isso, do q se ligar nessas minúncias)

    isso já é lixo. o homem cria, cria e ta sendo engolido por suas invenções - uma visão super macro desse capitalismo selvagem -
    q no fundo acaba sendo meios mais eficazes de manipulação!

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