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20 abril, 2007

Errando na escolha certa

Larguei direito no final do primeiro ano. No começo pensei que fosse um curso tedioso e enfadonho, feito para velhos ou pra patricinhas e playboys ávidos por reconhecimento - no fundo talvez eu até tivesse um pouco de razão - mas hoje percebo que minha decisão foi precipitada e MUITO idiota! Pra ser sincero, me faltava maturidade para encara um curso como aquele... Então, seguindo minha teimosia contra os conselhos dos meus pais (meu pai em especial), resolvi me dar a chance de errar enquanto ainda sou novo.

Mudei para jornalismo. O começo também não foi algo fantástico: no primeiro ano, por exemplo, me frustrei com a disciplina Fotojornalismo - sinceramente, acho que a única coisa que me ensinaram foi construir uma câmera fotográfica com uma lata de leite em pó e a revelar fotos em uma câmara vermelha, que por sinal fedia horrores, usando um papel especial que custa tão caro, que torna mais acessível revelar fotos em uma loja especializada. Em suma, nada que eu não pudesse ter aprendido depois de fuçar durante 15 minutos na Internet, ou mesmo assistindo programas infantis de "faça você mesmo".

Com História das Artes não foi muito melhor - embora tenha sido muito mais divertido. A professora apresentava tanto conhecimento acerca de sua disciplina, que proclamou pérolas inesquecíveis por minha turma: "egípcios existiram há 4 MILHÕES de anos atrás"; "os hieróglifos são uma linguagem cujo significado nunca foi descoberto"; "o império romano dominou a Europa durante toda a IDADE MÉDIA", entre outras declarações hilárias. Seria cômico, se não me custasse caro...

O tempo foi passando, algumas matérias se revelaram essenciais - tal qual alguns professores incríveis - e eu comecei a pegar a "manha" necessária pra trabalhar nesta área. Descobri que meu curso é 85% diferente do que imaginei que fosse à princípio; fiquei maravilhado E incrivelmente frustrado com certas experiências (como a professora que transformou o meu sonho de Jornalismo Impresso, em uma poça fútil de interesses para ascender socialmente, enquanto "devemos" nos submeter à vontade de nossos chefes). Mas mesmo aos trancos e barrancos acho que estou levando jeito para a coisa.

Comunicação Social é mesmo minha área. Poderia ser biologia (que eu adoro!!!), mas no Brasil, ou se é médico ou veterinário ou dentista ou desempregado... Então deixa pra lá... Fico com jornalismo mesmo...

O problema é esta questão do diploma de jornalista. Com essa andança do projeto de lei no Congresso - e com o lado ruim pendendo pro nosso lado -, é provável que qualquer um possa trabalhar nesta área sem possuir graduação, ou mesmo ter experiência profissional. Isso facilita a vida daqueles que não possuem diploma, mas já estão empregados (imagine se algum alto executivo da central de produção da Rede Globo, que não possui diploma vai se "sujeitar" à fazer faculdade depois de velho? até parece...), ao mesmo tempo em que favorece os trabalhadores sem carteira assinada - mesmo os que possuem - que se sujeitam à ganhar menos do que um profissional da área ganharia, por um emprego.

Em suma: qualquer um pode ser jornalista dadas as atuais condições. Até mesmo quem faz biologia ou é desempregado-nato (brincadeiras à parte, respeito ambas as "qualificações").

Éééé...eu não deveria ter largado Direito...

Um comentário:

O Astronauta das Marés agradece profundamente pelos comentários de seus leitores. Cada interação do público com o blog me motiva, ainda mais, a postar novidades e escrever textos de qualidade. Obrigado pela força galera.

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