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21 outubro, 2012

Essência

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Então começou. Tão breve e silencioso como um momento não notado. Inexorável. Os dedos encostaram o teclado, com o mesmo vigor e ritmo com que seguravam o lápis, e as palavras surgiram. Naturais como o respirar não percebido. Plenas.


Em meio à mente, de olhos fechados, ele sentiu a música das próprias idéias ecoarem. A cada letra um infinito se abria. Cada palavra uma realidade, mundos colidindo. A eternidade descrita em segundos de registro. Mesmo pequenas e limitadas, suas obras eram pedaços derramados de si. Daquilo que ele vive, do que é. Oxigênio interior.

E o céu caiu, e vulcões surgiram, e feras nasceram, e reinos caíram, e amores viveram, e deuses sorriram, e o final foi feliz, e súbito e trágico, e completo. E assim nasceram sonhos...

Porque sua música, suas telas e tintas, suas esculturas, seus projetos e seus cálculos eram traduzidos por palavras. E ele nascera um escritor.

2 comentários:

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