Seções

10 fevereiro, 2008

O último grande filho

"Ao acordar num dia escuro, clamando apenas por um nome,
Não entende, nem aceita; a sina de ser o último homem."

"E ao gritar a plenos pulmões,
Compreende o quanto é tolo,
Pois vida não se arranja com dinheiro,
E companhia vale muito mais que ouro."

"Não houve mais a voz de Deus,
Ou se a ouve, a ignora...
E não havendo no que (se) ater
Desola o mundo afora."

"E ao partir num cinza escuro, do verde claro a esmo esvai...
Caçando cores em revistas, e amores em jornais.
Enfadonho em sua jornada, alheio à humanidade.
Contando cada mil pecados, tão bem legados às cidades."

"As ruas antes preenchidas,
Os carros soltos sem padrão,
Sentidos vagos, luz escura,
Letreiros podres de néon."

"Um dia todos estiveram, onde hoje não estão...
Pois consumiram suas carnes, ou venderam sua nação.
Ninguém rumando em canto algum,
Sombras como companhia,
Homens, mulheres, cães, crianças,
Vestígios da noite, para o dia."

"E sozinho finalmente morre...
Em silêncio; pedindo perdão.
O último grande sonho,
O último grande erro,
O último filho de Adão..."

- O Réquiem do Abismo, Capítulo XXI: O Dia Escuro.

Um comentário:

O Astronauta das Marés agradece profundamente pelos comentários de seus leitores. Cada interação do público com o blog me motiva, ainda mais, a postar novidades e escrever textos de qualidade. Obrigado pela força galera.

Ah, e comentários que iniciem discussões serão levados adiante, caso o assunto seja de relevância.