Eu assisti o amanhecer do primeiro dia,
e acompanhei os nascimentos, um por um.
Nunca houve na história, então escrita,
um agraciado com um privilégio como o meu.
Fui o filho escolhido dentre as hostes,
o mais belo a caminhar em seu jardim,
batizado como a Estrela da Alvorada,
pelo pai, o mais amado e rente à si.
Eu estava lá quando o barro virou homem.
E me indignei quando toda a criação,
resignada, reverenciou o imperfeito,
e em um ato tolo, coroou Adão.
Pois era meu, o dever de ser amado,
e a escolha óbvia do louvor.
Como pudera o universo ter errado?
E não à luz, mas sim à carne ter amor.
Meu pai errou, insurreição foi a resposta.
Desafiei o criador e a criação.
Se não pra mim, o primogênito, viesse a glória,
me recusaria a fulgurar na escuridão.
Vi, pois então, na face de meu mestre,
a dor de um pai, ao confrontar um filho.
Escureci, envergonhado com meus atos.
Arrebatei-me, amargurado, para o abismo.
- Matheus Bueno² Funfas, 21 de outubro de 2009
e depois vc vem me dizer q n tem identidade???
ResponderExcluir=)
ass: sofia.