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24 março, 2009

Watchmen – O Filme

Mais uma colaboração por parte do site JA Filmes, do meu amigo Joaquim Araújo. Que fique claro que eu, como amante dos quadrinhos, não compartilho da mesma opinião do site, que consta na crítica abaixo. Embora concorde com alguns detalhes...


Título Original: Watchmen
Direção: Zack Synder
Roteiro: Alex Tse e David Hayter
Duração: 163 minutos
Gênero: Ficção Científica

Ninguém imaginava que uma graphic novel dos anos 80, que já iniciou no descrédito, fosse se tornar duas décadas depois uma grande obra comentadíssima no mundo dos quadrinhos e do... cinema. Isso mesmo, “Watchmen” ganhou destaque na sétima arte quando o diretor Zac Synder (“ 300” ) acreditou que poderia transportar a complexidade da história da revista em quadrinhos para as telas de cinema. E de fato conseguiu.

Críticos de cinema do mundo inteiro, tão fãs do gibi quanto Synder, já dissertaram páginas e páginas sobre a magnitude do filme, da história e como a intocável obra de Alan Moore permanece intocável. Justo. Mas e o público comum (aqueles que nunca leram a HQ de “Watchmen” ou que muito menos sabiam o que era isso), o que dizer desse tão diferente longa de super-heróis? Deixando de lado o fanatismo (no sentido de fã), é preciso analisar com calma a produção, pensando de que forma os não fãs recebem esse filme de encher os olhos.

Contextualizando, o roteiro mostra uma equipe de super-heróis que de super só tem o nome. Pessoas comuns, sem poderes extraordinários (tirando a grande força e a super habilidade de lutar com 20 de uma vez só sem nem suar), resolvem se fantasiar para combater o crime nos Estados Unidos. A primeira geração dos justiceiros mascarados ficou conhecida como “Minuteman” (apresentada no filme de forma resumida e impressionantemente esclarecedora para quem prestar bastante atenção), criada em 1940. Posteriormente, vieram os “Watchmen”, substituindo seus antecessores até 1977.

A era dos justiceiros mascarados encerrou-se com a criação da lei Kenee, que proibiu esse tipo de ação nos EUA. A lei surgiu como uma bomba entre a equipe que viu sua relação de amizade se desintegrando com o passar dos anos. Porém, o assassinato de Edward Blake (Jeffrey Dean Morgan), o Comediante (antigo integrante dos “Minuteman” e “Watchmen”), traz a tona uma série de preocupações para o grupo, que sofrem com a possibilidade de conspiração contra os integrantes do “Watchmen”).

Os conflitos internos entre o grupo se complicam ainda mais com a possível guerra nuclear entre a União Soviética e os Estados Unidos, ameaçando dizimar a população da Terra. É claro, que fora isso, ainda milhares de detalhes na trama que se retratados aqui, o texto ficaria com tantas páginas e páginas quanto as críticas que já foram escritas sobre o filme.

Para começar, de fato “Watchmen” não é para qualquer um. Antes de entrar no cinema, lembre-se que você vai encarar um filme de quase três horas, todas recheadas de muitos quebra-cabeças, ou seja, prepara-se para pensar e prestar muita atenção na tela. Se não entrar no cinema com essa consciência, com certeza o filme se tornará longo, chato, confuso e insuportável.

Tecnicamente, o filme é banquete para os olhos de qualquer um. A fotografia sombria representa perfeitamente o mundo em que vivem os personagens, tanto no ambiente externo quanto o psicológico. A escolha de trabalhar com sombras e iluminação fraca é perigosa (como em “Alien x Predador Requien”, que não dá pra enxergar nada), mas Zac Synder e seu fotográfo acertaram no ponto, até mesmo por fazer referência aos quadrinhos.

Elenco, trilha sonora (estranhamente perfeita), figurino (trabalhando com o “colorido” dos quadrinhos sem causar estranheza no cinema), direção de arte (que retrata bem os anos 80) e claro, a maestria da direção que soube unir tantos elementos complexos em perfeita harmonia no filme.

“Watchmen” é uma grande obra de arte e deu uma nova roupagem aos filmes de heróis e adaptações de HQ's. Além do prazer estético, o longa ainda traz os vários questionamentos existenciais, sociais e políticos dos personagens. Corra para o cinema para ver em tela grande, porque nessa produção, você não pode perder nenhum detalhe.

Por: Joaquim Araújo
Fonte: JA Filmes

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