
Título Original: Watchmen
Direção: Zack Synder
Roteiro: Alex Tse e David Hayter
Duração: 163 minutos
Gênero: Ficção Científica
Ninguém imaginava que uma graphic novel dos anos 80, que já iniciou no descrédito, fosse se tornar duas décadas depois uma grande obra comentadíssima no mundo dos quadrinhos e do... cinema. Isso mesmo, “Watchmen” ganhou destaque na sétima arte quando o diretor Zac Synder (“ 300” ) acreditou que poderia transportar a complexidade da história da revista em quadrinhos para as telas de cinema. E de fato conseguiu.
Críticos de cinema do mundo inteiro, tão fãs do gibi quanto Synder, já dissertaram páginas e páginas sobre a magnitude do filme, da história e como a intocável obra de Alan Moore permanece intocável. Justo. Mas e o público comum (aqueles que nunca leram a HQ de “Watchmen” ou que muito menos sabiam o que era isso), o que dizer desse tão diferente longa de super-heróis? Deixando de lado o fanatismo (no sentido de fã), é preciso analisar com calma a produção, pensando de que forma os não fãs recebem esse filme de encher os olhos.
Contextualizando, o roteiro mostra uma equipe de super-heróis que de super só tem o nome. Pessoas comuns, sem poderes extraordinários (tirando a grande força e a super habilidade de lutar com 20 de uma vez só sem nem suar), resolvem se fantasiar para combater o crime nos Estados Unidos. A primeira geração dos justiceiros mascarados ficou conhecida como “Minuteman” (apresentada no filme de forma resumida e impressionantemente esclarecedora para quem prestar bastante atenção), criada em 1940. Posteriormente, vieram os “Watchmen”, substituindo seus antecessores até 1977.
A era dos justiceiros mascarados encerrou-se com a criação da lei Kenee, que proibiu esse tipo de ação nos EUA. A lei surgiu como uma bomba entre a equipe que viu sua relação de amizade se desintegrando com o passar dos anos. Porém, o assassinato de Edward Blake (Jeffrey Dean Morgan), o Comediante (antigo integrante dos “Minuteman” e “Watchmen”), traz a tona uma série de preocupações para o grupo, que sofrem com a possibilidade de conspiração contra os integrantes do “Watchmen”).
Os conflitos internos entre o grupo se complicam ainda mais com a possível guerra nuclear entre a União Soviética e os Estados Unidos, ameaçando dizimar a população da Terra. É claro, que fora isso, ainda milhares de detalhes na trama que se retratados aqui, o texto ficaria com tantas páginas e páginas quanto as críticas que já foram escritas sobre o filme.
Para começar, de fato “Watchmen” não é para qualquer um. Antes de entrar no cinema, lembre-se que você vai encarar um filme de quase três horas, todas recheadas de muitos quebra-cabeças, ou seja, prepara-se para pensar e prestar muita atenção na tela. Se não entrar no cinema com essa consciência, com certeza o filme se tornará longo, chato, confuso e insuportável.
Tecnicamente, o filme é banquete para os olhos de qualquer um. A fotografia sombria representa perfeitamente o mundo em que vivem os personagens, tanto no ambiente externo quanto o psicológico. A escolha de trabalhar com sombras e iluminação fraca é perigosa (como em “Alien x Predador Requien”, que não dá pra enxergar nada), mas Zac Synder e seu fotográfo acertaram no ponto, até mesmo por fazer referência aos quadrinhos.
Elenco, trilha sonora (estranhamente perfeita), figurino (trabalhando com o “colorido” dos quadrinhos sem causar estranheza no cinema), direção de arte (que retrata bem os anos 80) e claro, a maestria da direção que soube unir tantos elementos complexos em perfeita harmonia no filme.
“Watchmen” é uma grande obra de arte e deu uma nova roupagem aos filmes de heróis e adaptações de HQ's. Além do prazer estético, o longa ainda traz os vários questionamentos existenciais, sociais e políticos dos personagens. Corra para o cinema para ver em tela grande, porque nessa produção, você não pode perder nenhum detalhe.
Por: Joaquim Araújo
Fonte: JA Filmes
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