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29 janeiro, 2015

Sala de Areia



É estranho, sabe? A sensação de estar inerte num mundo sonolento e parado no tempo. Enquanto a chuva cai lá fora repleta de coisas e pessoas e começos e fins de histórias.

Uma única semana de parcial inaptidão para estar lá fora, e parece que o lado de dentro se debate em um espinheiro. Novidades se engavinham como cortes, apertando a mobilidade com a dor pungente de estar preso. É possível ouvir a terra se arrastando quando se está fixo num ponto impossível.

E enquanto não me recupero totalmente, seja da apatia auto-imposta pela condição ilusória, seja pela indisposição fisiológica para me manifestar lá fora, continuo com meus salões se enchendo de areia. Das novidades que se esfarelam em poeira, das ampulhetas vazando seus planos e oportunidades.

O tédio não me torna o que não sou.

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